segunda-feira, 31 de março de 2008

Vida de Hotel

A vida de hotel é engraçada, às vezes surpreendente. Sempre me chamou a atenção o fato de que em alguns poucos metros quadrados se concentrassem gente dos quatro cantos do mundo. Todos cheios de histórias, sonhos, saudades e, invariavelmente, vontade de conhecer alguém. Hotéis são ilhas de solidão e oportunidades, tudo depende de como você encara a coisa.

A coisa toda começa quando você chega a portaria, uns moços educados lhe abrem a porta do taxi e perguntam em três línguas se podem te ajudar de alguma forma. "Alô? Eu sou um cara comum." Mesmo diante de protestos eles nos chamam de sr. e carregam nossas malas. É o primeiro indício de que um hotel não faz parte da realidade cotidiana. Daí em diante é um sem fim de indícios que comprovam minha teoria do oásis. Não que eu me impressione com a quantidade de opções oferecidas, afinal restaurantes, piscina, sauna, academia e business centers não são novidades pra ninguém.

O que me chama a atenção é a quebra da rotina, a parada no tempo, o reencontro com as próprias vontades, a confluência das válvulas de escape. Mais da metade das pessoas que conheço não reservem um pedaço do seu tempo para relaxar na sauna ou jantar tranquilamente com um amigo. Muito menos pessoas que conheço saem da citada sauna e encontram o pessoal na piscina.

Uma vez compreendido este cenário, temos que levar em conta uma outra variável muito interessante. A riqueza das pessoas que convivem ali. Se o hotel tiver um nível um pouquinho mais alto, encontrará, com certeza, pessoas que vão te ensinar muito. Seja pela qualificação profissional, seja pela experiência de vida, seja apenas pela grande bagagem que os anos de estrada acumulam. É uma ebulição de realidades reunidas na mesa do café da manhã.

Eu gosto muito da vida de hotel, usada com moderação, é um espaço e tanto para pensar e uma grande oportunidade para pensar na vida que levo, nas pessoas que convivo, nos sentimentos que reprimo ou exponho. Eu gosto muito da parada no tempo, da convivência forçada, do dividir o quarto e um pouco da vida, das conversas sem porquê. Eu gosto muito do laptop na cama e de saber que para algumas pessoas nossa presença, efetivamente, faz diferença.

Estou de volta à casa, ao blog, aos comments e a vida cotidiana. Cheia de problemas, de frustrações e de sonhos. Estou de volta ao lugar que pertenço e a casa é uma bagunça. Arruma um cantinho e senta aí.

;)

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quarta-feira, 19 de março de 2008

Pequeno grande silêncio

Pequenos silêncios, uma semana inteira quieto. Muita coisa pra fazer e muita, muita mesmo, vontade de escrever. Tanta coisa pra contar. Escrever sem compromisso, como desabafo e dizer coisas que não posso. Shhh....

Muita repercussão do post da Intense. e muita gente bacana comentando por aqui. É bom ver gente que a gente gosta passando e deixando um bilhete. Sintam-se à vontade. A casa é de vocês e eu fico feliz em ter a casa cheia.

Ainda tenho que por a leitura em dia, muitos posts de muita gente sem ler e sem comentar. Adianto que o post do Mr. J sobre os motivos que levam alguém a blogar me interessou muito. Atenção, eu disse MUITO! Então corre lá e lê.

Eu não sei exatamente porque eu publico tudo isso que você agora lê. Eu escrevo há muito tempo, muito tempo mesmo, mas sempre mantive as coisas trancafiadas em cadernos, agendas, documentos do word, paredes e um monte de lugares onde ninguém pode ver.

Por muito tempo isto bastou e a válvula de alívio da pressão funcionava bem. Um certo dia, senti vontade de saber o que os outros pensavam sobre isso. Senti vontade de mostrar pras pessoas um lado que muita gente não conhecia, que o pessoal do trabalho não vê, que as pessoas que me encontram nas ruas não imaginam. Meu eu lírico precisava de espaço, ponto.

Depois vieram necessidades sociais, sinto falta de conhecer gente com conteúdo. Sinto falta de sentir vontade de conhecer pessoas porque me encantam, porque me distraem ou simplesmente porque eu as admiro. Lendo blogs de muitos de vocês vejo coisas tão lindas, tristezas tão tristes, tanto amor, tanta lágrima e tanta humanidade que me emociono.

Lendo linhas de vocês me reconecto com a minha poesia, com a minha parte subjetiva, com o eu que tenho que esconder atrás de planejamento financeiro e meta comercial. Lendo as linhas de vocês alimento o que tenho de melhor e mais intenso, sou feliz.

Vontade, vontade, vontade. vontade absurda. Tenho passado dias acelerados e com muita vontade, preciso logo dar um jeito de matá-la ou a vontade me mata. Sim, se eu fosse uma máquina eu seria um triturador de papel, seria o confidente ideal destruindo vestígios e guardando segredos apenas na memória.

Bom, por hoje é tudo pessoal! Beijo pra quem é de beijo, abraço pra quem é de abraço.

***

Dúvida: e você bloga porque?

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quarta-feira, 12 de março de 2008

simple plan and other lines

can´t wash you off my skin
you know, I´m such a fool for you
just can´t find a better man
forever and ever, babe

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sexta-feira, 7 de março de 2008

That´s the way it is...

Intensa ela se diz e explica, dando risada, que ninguém entende o que isso significa. Intensa ela estampa em suas costas e metaforicamente incendeia a imaginação de quem lê. Pobres diabos que buscam uma tradução literal, inocentemente (ou nem tanto) tentando ler na superfície o que está na entranha. Regra número 1: O essencial é invisível aos olhos.

Intensa é a sensação do fim do mundo, do ame-o ou deixe-o, do quero sim e quero agora. Intensa é a ebulição de sentimentos, o sempre mais que ontem, o calor no rosto e no útero que só se sente se os detalhes forem em ouro. Intensas são as reações que você nunca vai esperar. Não se assuste, Intense. morde. Regra número 2: Se não aguenta, porque veio?

Eu não conheço Intense., antes que perguntem. Eu conheço intenso e conheço excesso. Não porque li em algum lugar, não porque editorei sua biografia não autorizada, mas porque a leio nas entrelinhas. Meus pequenos excessos são intensos e isso faz sentido pra mim. As coisas comigo nunca são devagar, nunca são comedidas e nem seguem protocolos ou cerimoniais. Eu conheço Intense. porque meus hormônios correm em rios, porque quando eu gosto, eu gosto pra caralho! Não existe meio termo, não existe mais ou menos. Regra número 3: Não cutuque onça com vara curta.

Leia o Excesso Intenso, você vai entender.

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terça-feira, 4 de março de 2008

Carta que eu nunca mandei

Esta carta tem uma missão: ser um retrato fiel de tudo que transita aqui dentro do peito e ecoa em torno do teu nome. Tem que transbordar meu pensamento e escorrer as linhas para te dizer tudo o que, por medo ou insegurança, eu escondi.

Assim como eu, não espero que esta carta seja plenamente coerente, nem que faça sentido. Deve ter altos e baixos, euforia e depressão e ir e vir no espaço tempo sem muito compromisso com a seqüência exata dos acontecimentos.

Sendo um retrato meu, esta carta deverá ter poesia, confissão e música incidental. Deve ser intensa e contar desesperos. É uma carta de saudades e oração, de devoção pelo meu amor. Tem que transmitir minha certeza e fé, mas acima de tudo, se esta carta for realmente fiel, ela deve ser profunda e imensa, com águas tranqüilas pra você navegar.

Esta carta deve ser um labirinto e te prender dentro de mim. Por um dia, uma hora, alguns minutos, a vida inteira, tanto faz.

***

Ai Ai, que saudade dela. Ou pelo menos do que eu sentia.

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