segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Do Forró

"Quando a saudade invade o coração da gente
Pega a veia onde corria um grande amor
Não tem conversa nem cachaça que de jeito
Nem um amigo do peito que segure o chororô

Saudade já tem nome de mulher
Só pra fazer do homem o que bem quer
Saudade já tem nome de mulher
Só pra fazer do homem o que bem quer"

***

Ela movimentava os quadris de maneira hipnótica e me prendia, sem fim, no seu vai e vem dois pra lá. Seus cabelos balançavam ao vento enquanto rodopiava no salão, misturando suor e meus sonhos, confundindo todos os meus sentidos, me prendendo cada vez mais.

O salão é sua casa, cama, habitat. Nasceu ali e não viveria de outra forma, entre luzes e barulho. E faz tanta diferença quando ela dança. Solta em meus braços, dizia ir onde eu quisesse e se divertia me mandando conduzi-la. Desafiando meu controle e desejo.

Ela me tinha onde queira, como gostava, o tempo que fosse. Nosso amor foi lindo, intenso, cheio de movimento. As horas correram rápido. Era tarde. A música acabou. Se despiu da deusa, era outra vez mulher. Apagaram-se as luzes.

Até nunca mais.

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